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Primeiro tenente da PM-PI aplicou golpes financeiros que somam mais de R$ 1 milhão
Polícia
Publicado em 27/06/2023

Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, no bairro Ilhotas em TeresinaFoto: PM-PI

 

 

Entre as vpitimas está a própria esposa do suspeito e a ex-deputada estadual Flora Izabel

 

Um escândalo foi descoberto pela Polícia CIvil do Piauí envolvendo o 1º tenente da Polícia Militar, Alexandre Filipe Tupinambá Silva, apontado como suspeito de golpes financeiros de mais de R$ 1 milhão aplicados contra várias vítimas em Teresina, entre as quais a própria esposa - cujo nome não foi revelado -  e a ex-deputada estadual  Flora Izabel,  hoje conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Piauí. 

O oficial da PM-PI é acusado de estelionato, apropriação indébita, furto qualificado e falsificação de documentos, na investigação conduzida pelo delegado Ademar Canabrava, titular do 12º Distrito Policial. O tenente teria entregue veículos daws vítimas como garantia de pagamento a agiotas. e R$ 1 milhão, segundo o delegado Ademar Canabrava, titular do 12º Distrito Policial, que vai pedir a prisão preventiva do militar. 

"Ele alugou cinco veículos de uma vítima e repassou esses carros para um agiota, como uma forma de garantia pelo dinheiro que ele havia pego emprestado. Até na própria esposa aplicou golpe. Tentou vender o apartamento dela para três pessoas, sem ela saber. Também entregou o carro dela para um agiota", revelou o delegado Ademar Canabrava, que contabilizou dez  inquéritos policiais abertos contra o policial militar principalmente por empresários que foram vítimas do estelionatário.

"Após esse caso da Flora Izabel [de quem Alexandre roubou um talonário de cheques] começaram a aparecer pessoas denunciando, por falsificação e apropriação. Ele pegaria dinheiro de alguém dizendo que iria pagar, mas isso não acontecia, também teria furtado outros cheques, falsificado documentação de carro e depois vendia, então são vários inquéritos que foram abertos neste mês e estamos iniciando as apurações”, adiantou Ademar Canabrava. 

 

Denúncias do Ministério Público

O promotor Assuero Stevenson, titular da 9ª Promotoria de Justiça, responsável por atuar em processos relativos a crimes militares e nas ações judiciais contra atos disciplinares militares, também denunciou o policial militar, no último dia 22 de junho, por desobediência e prepara outra denúncia por deserção.

De acordo com a denúncia do promotor, o corregedor da Polícia Militar do Piauí, coronel Antônio Cordeiro Ribeiro da Silva, expediu memorando para que o tenente se apresentasse para atuar como autoridade sindicante, mas ele não compareceu. Ao ser questionado, o oficial alegou que a ausência se deu em razão da "rotina de trabalho” e por “viajar direto”. Contudo, uma equipe se deslocou ao  setor Batalhão Policiamento de Guardas da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), onde ele atua, e além de não encontrá-lo em serviço, descobriu que o militar não estava à disposição de nenhuma autoridade parlamentar. Então, ele foi  denunciado por dois crimes de recusa de obediência em concurso com base no Código da Polícia Militar: artigo 163 por se recusar obedecer à ordem do superior sobre o assunto ou matéria de serviço; e artigo 79 quando o agente, mediante uma só ou mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes.


O militar também vai ser denunciado pelo crime de deserção - por se ausentar por mais de oito dias sem permissão ou autorização. “Fiquei surpreso ao saber desse caso, porque recentemente eu apresentei uma denúncia contra ele por desobediência. Ainda existe outro caso onde devo apresentar a denúncia por deserção. Sobre esse caso da Flora eu ainda não recebi a denúncia, então ainda não tenho conhecimento”, disse, surpreso.


“Ele poder perder o cargo público pela Justiça se for condenado a mais de dois anos, mas existe o procedimento administrativo que é com a Polícia Militar, então ele ainda passa por esse aspecto administrativo, que é com o comandante da PM”, afirmou Assuero Stevenmson


Nota da SSP-PI:

A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Piauí informou que o caso envolvendo a conselheira já foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Milita apurar. " A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Piauí esclarece que foram encaminhadas para Corregedoria da Polícia Militar denúncias em desfavor do tenente da PMPI A.F.T.S. que existem inquéritos em andamento pela Polícia Civil, outros já com indiciamentos e enviados para Justiça".

 

Nota de esclarecimento da conselheira Flora Izabel:

A conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), Flora Izabel, vem a público prestar seus esclarecimentos à população do Piauí, acerca do caso envolvendo o policial militar Alexandre Filipe Tupinambá.

De início, é importante consignar que no período em que ocupava o cargo de deputada estadual, a própria Alepi disponibilizava a assessoria militar, oriundos do pelotão da Polícia Militar destacado para a casa legislativa.

No tocante aos cheques, cumpre informar que todos foram emitidos do período em que a conselheira exercia o mandato eletivo de deputada estadual, de forma que a conselheira apenas teve conhecimento da ação criminosa em razão do banco emissor ter entrado em contato para comunicar divergências na assinatura de cheques alvos de compensação.

Vale destacar que, neste momento, após apurar o ocorrido, veio a seu conhecimento que o mencionado policial militar estava falsificando a sua assinatura e utilizando os cheques sem seu consentimento. Importante ressaltar, ainda, que nenhum cheque chegou a ser descontado/compensado.

Diante disto, na certeza de que tal conduta criminosa não continue a ser perpetuada, a conselheira Flora Izabel apresentou queixa-crime contra Alexandre Filipi Tupinambá, para que todas as medidas legais possam ser tomadas e assim a justiça seja feita.

Fonte: Redação

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