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Países amazônicos se unem para preservar a floresta em meio à crise climática
Geral
Publicado em 09/07/2023

Os presidentes Lula e Petro, da Colômbia, juntos na reunião para preservação da Amazônia

JUAN BARRETO/AFP 

 

 

Governantes da América do Sul voltaram a citar que países ricos têm de financiar o combate ao desmatamento

 

Os oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) decidiram neste sábado (8), em Leticia, Colômbia, promover medidas urgentes para preservar a maior floresta tropical do mundo.

"O que se faz em um canto da América do Sul repercute em outro. Por isso nossa cooperação é tão importante", expressou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, juntamente com o colega da Colômbia, Gustavo Petro, encerrou uma reunião técnico-científica de dois dias promovida por Bogotá antes da reunião de cúpula de agosto da OTCA, que terá Belém como sede.

Delegados da OTCA, formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, concordaram com a necessidade de evitar um caminho sem volta em termos de degradação da Amazônia, afetada pelo desmatamento, pela exploração de minerais e petróleo e pela extensão das fronteiras agrícolas e pecuárias.

“Para apoiar a Amazônia, segundo a ciência, precisamos manter 80% de suas florestas de pé e não passar dos 20% de desmatamento. Infelizmente, já estamos em 17%”, ressaltou a ministra do Meio Ambiente colombiana, Susana Muhamad. “Perder a Amazônia, chegar a um caminho sem volta, tem consequências irreversíveis para as mudanças climáticas no mundo."

As decisões políticas, porém, serão insuficientes se não houver apoio financeiro para preservar a Floresta Amazônica, que abriga 10% de todas as espécies de flora e fauna e possui a maior reserva de água doce do planeta.

"Salvar a vida no planeta e superar a crise climática requer um investimento de US$ 3,3 trilhões por ano, e 30 vezes menos sequer foram cumpridos", ressaltou Gustavo Petro, referindo-se ao compromisso dos países ricos de contribuir com US$ 100 bilhões para enfrentar a crise climática, assumido durante a reunião de cúpula de 2009 em Copenhague.

 
Representantes dos povos indígenas da Colômbia estiveram na reunião neste sábado (9)

Representantes dos povos indígenas da Colômbia estiveram na reunião neste sábado (9)

JUAN BARRETO/AFP - 08.07.2023

Lula citou que o princípio das responsabilidades comuns, "mas diferenciadas", continua sendo central: "Vamos ter que exigir, juntos, que os países ricos cumpram seus compromissos" diante da crise climática.

"Foram eles que emitiram, historicamente, a maior parte dos gases do efeito estufa. Quem tem as maiores reservas florestais e a maior biodiversidade merece maior representatividade", disse Lula, como é o caso das nações amazônicas em órgãos como o Fundo Mundial para o Meio Ambiente.

O presidente brasileiro enfatizou que é esta é a primeira vez na História que Brasil e Colômbia têm governos progressistas que compartilham o compromisso de colocar a Amazônia no centro de suas políticas.

Lula alertou que o desmatamento na Amazônia — que ocupa 40% da América do Sul — reduz as chuvas na região, ameaçando o abastecimento de água, e anunciou que o Brasil irá institucionalizar o Observatório Regional Amazônico, que irá orientar políticas públicas de conservação e gerar alertas sobre secas, inundações, incêndios e contaminação.

Temas como proteção dos povos indígenas, bioeconomia e combate aos crimes transnacionais foram discutidos na reunião técnico-científica, informou Lula.

O Brasil, que ocupa a maior parte da Amazônia, enfrenta um desmatamento acelerado. Lula indicou que seu governo (2023-2027) reduzirá a zero a derrubada ilegal de árvores até 2030: "Este é um compromisso que os países amazônicos podem assumir juntos na reunião de cúpula de Belém."

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