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Veja mensagens trocadas entre policiais presos e classificadas como 'golpistas' pela PGR
Polícia
Publicado em 18/08/2023

Cobra vai fumar — mensagens PMDF

 

FOTO: REPRODUÇÃO/PGR

 

 

O relatório do órgão fala em 'profunda contaminação ideológica' de parte dos oficiais, 'que se mostrou adepta de teorias conspiratórias'

 

Policiais militares presos na operação da Polícia Federal desta sexta-feira (18) trocavam mensagens com informações falsas de cunho golpista. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra como se dava essa comunicação entre parte dos oficiais, que revela, segundo o órgão, uma "profunda contaminação ideológica". 

Segundo a PGR, a troca de mensagens "contendo teorias conspiratórias e golpistas" se intensificou após as eleições. Em 1º de novembro de 2022, o então comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR) da PMDF durante as manifestações Marcelo Casimiro compartilhou com Vieira um "quadro explicativo" em que expressava três alternativas à regular sucessão presidencial, que seriam: a suposta aplicação do art. 142 da Constituição Federal; a intervenção militar; e a e intervenção federal por iniciativa militar. Casimiro opina sobre o quadro: "Interessante a explicação". 

 
Intervenção militar — mensagens PMDF

Intervenção militar — mensagens PMDF

FOTO: REPRODUÇÃO/PGR

No mesmo dia, Casimiro compartilhou um vídeo com informações falsas em que é dito que as Forças Armadas vão entregar um relatório que seria a "prova de que o Bolsonaro foi eleito no primeiro turno" e que houve fraude nas eleições. "Vamos ter esse constrangimento de ver o Supremo Tribunal ser preso, o Lula ser preso e toda a quadrilha que aprontou isso aí, porque as Forças Armadas vai tomar conta e formar um Supremo Tribunal formado por juízes militares", diz o vídeo, atribuído ao empresário Luciano Hang. 

 
Vídeo Bolsonaro — mensagens PMDF

Vídeo Bolsonaro — mensagens PMDF

FOTO: REPRODUÇÃO/PGR

O então comandante-geral comentou: "A cobra vai fumar", mesmo, segundo a PGR, sabendo que se tratava de uma informação falsa. "Fábio demonstrou expectativa quanto ao potencial de subversão dos resultados do pleito eleitoral", diz o órgão. Uma foto de Bolsonaro sorrindo, com a legenda "A cara de quem tem as cartas na manga", também consta na conversa, e a PGR alega que essa seria "mais uma demonstração de que acreditavam que Bolsonaro adotaria medidas antidemocráticas para permanecer no poder". 

 

 

 

 
A cobra vai fumar — mensagens PMDF

A cobra vai fumar — mensagens PMDF

FOTO: REPRODUÇÃO/PGR

A PGR informou que a cúpula da PMDF, alvo de uma operação, conhecia previamente os riscos dos atos de 8 de janeiro e a eles aderiu "de forma dolosa, omitindo-se de cumprir o dever funcional de agir". Em nota, o órgão citou uma "profunda contaminação ideológica" de parte dos oficiais da PM, “que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.

No relatório que embasou a denúncia dos presos, a procuradoria afirma que a cúpula tratou as informações sobre a dimensão dos atos extremistas de 8 de janeiro com "deboche e risos".

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, na decisão que autorizou a operação desta sexta-feira, que o contexto extraído da investigação mostra que todos os denunciados se omitiram dolosamente e aderiram aos propósitos de um golpe.

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