Por Bárbara Rodrigues e Francisco José
Os piauienses tiveram o privilégio de ver neste sábado (14) um eclipse anular do sol, que encantou e emocionou quem acompanhou. O Piauí foi uma das poucas regiões do planeta com a oportunidade de acompanhar esse fenômeno, com uma visibilidade de quase 100% em algumas cidades, apesar de chover em algumas regiões.
Em Teresina, o planetário da Universidade Federal do Piauí (UFPI) contou com a presença de várias pessoas que decidiram acompanhar de perto esse fenômeno. No local, várias pessoas viram o fenômeno por meio de vidros para máscara de solda que foram colocados em papelão, já que era prejudicial olhar diretamente para o sol.
“Está muito longe da Terra, então essa cobertura da sombra que ela faz sob o Sol não é completa. Então aqui em Teresina a gente vê o anel quase completo, mas você não vê a formação de todo o anel. Na maioria do país você vai ver só o eclipse parcial, só um pedaço do Sol coberto”, disse Cláudia Adriana Melo, coordenadora do Planetário da UFPI.
Foto: Francisco José/TV Cidade Verde
A grande presença de pessoas no local e o interesse nesse fenômeno surpreendeu Cláudia Melo. “A gente não esperava essa grande quantidade de pessoas. A gente se preparou para uma quantidade menor, e tomou um susto quando chegou essa quantidade enorme de pessoas. Isso é um fenômeno raro também, até por conta da periodicidade dele. O último foi em 2021, mas ele não foi visto no hemisfério Sul. O próximo está programado, acho que vai ser em 2037, mas acho que também não vai ser visto aqui. O provável é que exista um daqui a algumas décadas provavelmente”, afirmou.
Não só no planetário, mas em outros locais pela cidade as pessoas aproveitaram para conferir o fenômeno, também o uso de vidros para máscara de solda que foram colocados em papelão. Em Teresina foi possível ver quase 90%, enquanto em cidades como Floriano e região, chegou a quase 100%.
Foto: Caroline Oliveira/Cidadeverde.com
Em todo o Brasil, as regiões Norte e Nordeste foram as agraciadas com a possibilidade de ver o fenômeno.
O professor de Física, Edward Montenegro, que é doutor em engenharia de Materiais e membro da Graviton Scientific Society, foi para Floriano acompanhar o eclipse, e disse que ficou muito agradecido por poder acompanhar, mesmo com a presença de muitas nuvens.
“Ficamos com muita expectativa, começamos a acompanhar, e transmitimos imagens para a live do Observatório Nacional, e quando estava próximo de acontecer o máximo, apareceu as nuvens, teve um pouco de frustração, mas deu para entender, pois a natureza é assim, o que vale é a experiência e aprendizado de todo o trabalho que a gente fez para contribuir para a iniciativa internacional. Apesar de não ver o total, foi uma experiência muito gratificante e muito aprendizado”, declarou.
Fotógrafo destaca experiência
O fotógrafo Alysson Dinis, de 34 anos, foi para Oeiras para tirar fotos do fenômeno, já que a cidade estava entre as que tinham possibilidade de quase 100% de visibilidade. Na cidade acabou chovendo, mas ainda assim ele conseguiu fazer algumas imagens.
“A experiência é única, é muito contemplativo e muito transformador você poder observar essa dança de astros que acontece de forma muito rara. Eu acho que é mágico, eu acho que a palavra que identifica é estarrecedor mesmo, você fica chocado com a presença da natureza, assim, com a força que a natureza tem em causar espanto e maravilhamento na gente”, afirmou.
Ele disse que a experiência foi incrível, apesar da chuva. “Eu adorei fotografar, apesar de que nublou e choveu bastante aqui em Oeiras. A expectativa é que poderia existir nuvens, mas que elas não chegariam a cobrir o eclipse, nem atrapalhar a visibilidade. Era esperado que elas aparecessem, cobrissem por um tempo e depois sumissem, mas o que aconteceu foi o inverso. Ficou muito coberta, a gente não conseguiu visibilidade do eclipse total, nem do final do eclipse, porque realmente ficou muito nublado”, esclareceu.