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Festas juninas e autismo: como tornar as celebrações mais acolhedoras para pessoas com TEA
Por Dulina Fernandes
Publicado em 18/06/2025 11:12
Geral

Foto: Freepik 

 

Coloridas, animadas e tradicionais, as festas juninas são muito aguardadas por grande parte da população. No entanto, para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), esse período pode ser simultâneo de estresse e crises sensoriais. O som alto e imprevisível dos fogos de artifício, somado ao brilho intenso das luzes e à entrega dos eventos, sobrecarregam os sentidos e dificultam a permanência em ambientes festivos.

Pessoas com autismo, crianças ou adultos, apresentam frequentemente hipersensibilidade sensorial. Os fogos, por exemplo, podem ser percebidos como angustiantes ou até dolorosos, desencadeando reações como choro, gritos, isolamento, comportamento repetitivo ou até automutilação leve. Segundo o psicólogo Amaro Ferreira, antecipar a programação da festa, preparar a pessoa com TEA com vídeos explicativos, histórias sociais e usar acessórios como abafadores de som e óculos escuros são formas de minimizar o impacto.

Além do preparo familiar, Amaro também destaca a importância de tornar as festas mais inclusivas, com áreas de descanso, identificação visível para pessoas com TEA e o uso de fogos silenciosos. A criação de “festas sensorialmente acessíveis”, com horários controlados, mapas visuais e sinalizações com pictogramas, também são ações que ajudam a incluir esse público sem comprometer a essência da celebração.

Para lidar com o impacto emocional desse período, terapias baseadas em ABA, TEACCH e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) são eficazes. Essas abordagens trabalham desde o preparo gradual até o controle da ansiedade e estratégias de autorregulação emocional.

“Com apoio adequado, é possível fazer com que uma pessoa com TEA se sinta segura e confortável, vivenciando a festa de forma positiva”, afirma o psicólogo.

A mudança na rotina e no ambiente festivo fora do habitual também é restrita para o estresse. Por isso, é importante respeitar os limites sensoriais de cada um e evitar forçar a permanência em locais com excesso de estímulos.

"Cada indivíduo não tem espectro de forma diferente, e o suporte necessário varia. Temos que trabalhar a conscientização para garantir que as festas juninas sejam inclusivas e prazerosas para todos", ressalta o Amaro Ferreira.

A sociedade também tem um papel fundamental nesse processo. Atitudes simples, como optar por fogos silenciosos, reduzir os horários de queima ou criar áreas de hospedagem em eventos, já fazem uma grande diferença para o bem-estar das pessoas com TEA.

"Mais do que celebrar, é tempo de refletir sobre empatia, inclusão e respeito às diferenças. Com pequenas adaptações, mostramos que todas as vivências importam e que o espírito junino pode, sim, abraçar a diversidade", finaliza o especialista.

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