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Colesterol alto pode ser descoberto na visão mesmo sem sintomas
Por Dulina Fernandes
Publicado em 05/08/2025 12:24
Brasil

Foto: Freepik

 

No próximo dia 8 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol — uma data que chama atenção para os perigos do acúmulo de gordura no sangue, geralmente associado a doenças cardiovasculares. Mas o que pouca gente sabe é que o colesterol alto também pode afetar diretamente os olhos, provocando alterações visíveis nas pálpebras e silenciosas dentro da retina.

Sabe aquela manchinha amarelada próxima ao canto dos olhos, que parece inofensiva e que muita gente trata apenas como uma questão estética? Pode ser mais do que isso. “O xantelasma é um acúmulo de gordura e colesterol sob a pele, que aparece nas pálpebras e deve servir como um alerta”, explica a oftalmologista Dra. Cristiane Okazaki, gestora da especialidade de plástica ocular. Embora muitas vezes indolor e discreto, ele pode estar apontando para um colesterol descontrolado, mesmo quando os exames parecem normais.

Além do xantelasma, outras alterações podem aparecer dentro do olho, sem que o paciente perceba de imediato. “O colesterol alto pode provocar oclusões vasculares na retina, que são bloqueios nos vasos por placas de gordura e podem causar perda súbita da visão. Também pode gerar exsudatos — depósitos amarelos que indicam vazamento dos vasos e aparecem em doenças como retinopatia hipertensiva ou diabética”, explica a médica do H.Olhos.

Os exsudatos são um sinal de que algo não vai bem nos vasos da retina. “Eles se formam quando o colesterol alto danifica as paredes dos vasos sanguíneos, facilitando o extravasamento de lipídios e proteínas. Isso causa edema e pode comprometer a visão se não for tratado”, afirma Okazaki.

A retina, que funciona como um filme sensível à luz dentro dos olhos, é altamente vascularizada — por isso, qualquer alteração no sangue pode afetá-la diretamente. Segundo a oftalmologista, o colesterol elevado está associado a uma série de doenças oculares, como o xantelasma palpebral, o arco senil precoce (um anel esbranquiçado ao redor da córnea), oclusões vasculares da retina, exsudatos e, em casos mais graves, até neuropatia óptica isquêmica, que pode causar perda irreversível da visão.

“Em algumas situações, a pessoa só descobre que está com o colesterol alto porque apareceu um problema visual”, alerta a Dra. Cristiane. “Visão embaçada por edema na retina, perda súbita da visão ou o surgimento do xantelasma podem ser os primeiros sinais clínicos do descontrole lipídico, completa a oftalmologista.”

Mesmo quem não tem queixas visuais deve ficar atento. “O xantelasma, por exemplo, não desaparece sozinho, mesmo com o colesterol controlado. Ele pode ser removido cirurgicamente, mas seu aparecimento deve ser encarado como um marcador de risco cardiovascular. Estudos mostram que pessoas com xantelasma têm mais chance de infarto e AVC, mesmo com exames normais de colesterol”, alerta a médica.

A boa notícia é que o exame oftalmológico pode identificar precocemente essas alterações. “Durante a consulta, conseguimos observar o xantelasma externamente, o arco senil com o uso da lâmpada de fenda, e as alterações vasculares ou exsudatos no fundo do olho, por meio do mapeamento de retina. Em casos de oclusão vascular, o paciente costuma procurar o consultório com perda visual repentina”, explica a Dra. Cristiane.

Outros fatores de risco, como hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo e obesidade, também aumentam a probabilidade de surgimento dessas lesões oculares. “O colesterol não afeta só o coração. Ele deixa marcas visíveis — nos olhos e na nossa saúde geral”, reforça a oftalmologista.

A principal recomendação para quem já tem diagnóstico de dislipidemia — nome técnico para o desequilíbrio nos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue — é manter acompanhamento regular com cardiologista e oftalmologista. “Mesmo sem sintomas, é fundamental controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física e parar de fumar. Além disso, fazer exames oftalmológicos periódicos ajuda a detectar precocemente essas alterações silenciosas”, orienta a Dra. Cristiane Okazaki.

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