Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O deputado federal Flávio Nogueira (PT) criticou nesta sexta-feira o que classificou como “aliciamento” de candidatos do Partido dos Trabalhadores por parte do PSD. A declaração foi dada após a saída do ex-governador Wilson Martins do PT para a sigla comandada nacionalmente por Gilberto Kassab.

A movimentação é atribuída nos bastidores ao deputado federal Georgiano Neto, e de acordo com deputados aliados, enfraquece a relação entre legendas que compõem a base do governador Rafael Fonteles. Flávio Nogueira (PT) afirmou que, embora mudanças individuais não representem, por si só, perda de força, o problema estaria na forma como elas ocorrem.

“O que nós criticamos é a maneira como um partido aliado faz aliciamento. É evidente que vai quem quer, mas nós estamos formando uma chapa, já temos dificuldade até de votar num candidato da chapa majoritária desse partido. E ainda vem isso, instigar mais o ambiente. Qual é o interesse dessa frente? É ter o maior número de deputados federais. Não pode um partido aliciar candidatos de um partido aliado, ainda mais aliado do governador”, disse.

Flávio também afirmou que o clima gerado pela movimentação pode trazer desgaste para as articulações da chapa majoritária no próximo ano. “Já tem desgaste. Não pode alguém que está numa chapa disputar candidato para formar a própria chapa. Que aliança é essa?”, questionou.

Em resposta, Georgiano Neto minimizou as críticas e destacou que o momento é de diálogo dentro da base aliada. Ele confirmou que o PSD trabalha para ampliar sua bancada federal, mas reforçou a importância da construção conjunta para a eleição majoritária.

“Naturalmente, uma construção majoritária é feita por várias mãos, liderada pelo nosso governador Rafael. A expectativa é pacificar a base, buscar convergência e aparar qualquer tipo de aresta que a eleição municipal tenha deixado. Nosso movimento é de diálogo e de entendimento em favor do Piauí e do Brasil”, afirmou.

Georgiano também confirmou que o PSD pretende manter a estratégia de “fusão cruzada” com o MDB, com candidaturas estaduais pelo MDB e federais pelo PSD, buscando eleger de quatro a cinco deputados federais em 2026.