Foto: Cidadeverde.com
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi alvo de dois ataques hackers em 2024, atribuídos a um mesmo grupo criminoso. Os suspeitos foram alvos da Operação Hackback, deflagrada pela Polícia Federal, que cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (9). As ações ocorreram no município de São João do Piauí, a 456 km de Teresina, e nas cidades de Formosa (GO), Santo André (SP) e Parauapebas (PA). Ninguém foi preso.
Segundo o delegado Eduardo Monteiro, os ataques à instituição foram encomendados por terceiros.
"No primeiro ataque, houve uma manifestação de alunos com reivindicações direcionadas à reitoria da Universidade Federal, bem como uma manifestação de cunho político. Já o segundo ataque desindexou o site da universidade do Google. Quando se buscava pelo site oficial, o acesso era redirecionado para outra página", informou.
As investigações apontaram que o grupo fazia upload de páginas com conteúdo diferente do habitual no site da UFPI.
O delegado acrescentou que o primeiro ataque tinha como objetivo expressar os desejos de pessoas que pleiteavam mudanças na universidade. O segundo, por sua vez, teve um caráter vexatório à instituição.
"Esse grupo, identificado como HAC, já realizou diversos ataques a outras instituições do estado. Inclusive, há investigações em andamento sobre outros casos. Em tese, são pessoas conectadas apenas por meio da internet, sem contato pessoal entre si, mas que compartilhavam as mesmas ideias. Efetivavam os ataques e, inclusive, vendiam cursos de invasão a instituições pela internet", destacou.
Foto: Mikaela Ramos

A Polícia Federal também investiga a participação de uma pessoa ligada às manifestações estudantis na universidade.
"Na época, havia uma manifestação de alunos, e o ataque foi solicitado. Não havia, necessariamente, um viés político. Os estudantes reivindicavam ar-condicionados, geladeiras, entre outras melhorias. No entanto, o hacker também incluiu uma manifestação política pessoal", relatou.
O principal alvo da operação, cuja identidade não foi revelada, residia em Formosa (GO). Conforme o delegado, ele já havia sido investigado em outra operação da PF.
"Ele foi o responsável por esses ataques e também por invasões a outras instituições. Em outra ocasião, chegou a hackear o site do Fluminense, simulando a contratação de um jogador europeu, além de ações contra outras organizações", detalhou.
Durante a operação, foram apreendidos celulares, computadores e outros equipamentos de informática utilizados nos crimes. A Polícia Federal agora investiga os aspectos financeiros do caso, para apurar se houve pagamento pelos ataques, os valores envolvidos e dar continuidade às investigações.